Solaris é um local assim, um quadro impressionista, que vai adquirindo cores e nuances, conforme o movimento do sol.
Estamos em frente a ele hipnotizados, de repente, nos vimos lá dentro fazendo parte desta paisagem.
Ele está debruçado no mar Adriático, com um extenso tapete de floresta protegida cobrindo tudo. Somente deixa passar, pela copa de suas árvores, os raios de sol.
À beira mar ergue-se uma muralha de pedras naturais, lambidas por águas calmas e cristalinas. O fundo está ladrilhado de pedrinhas coloridas. A beleza deste oceano, que tinge o horizonte com dezenas de tons de azul, é infinita.
Tudo muito lindo de olhar, mas difícil de acessar. Tem que se ter o maior cuidado para entrar neste mar. O bom mesmo é flutuar, para não machucar os pés ao pisar nas pedras, ou protegê-los com um calçado adequado.
É claro, que não fizemos isso, e no primeiro dia ao mar, nossos pés ficaram cortados nos dedos e na sola. O encantamento não nos permitiu avaliar, que águas tão límpidas e serenas pudessem machucar os mais atrevidos.
Quem contempla o mar numa leve ondulação, comum, não faz ideia de como as coisas podem ficar diferentes lá dentro.
Nadar no mar é sempre uma experiência de superação. Naquele mar especificamente é também uma experiência de contemplação e impressão.
A presença dos contrastes, da natureza, transparências luminosas, claridade das cores, sugestão de felicidade e de vida harmoniosa transparecem ali, no Solaris, digno de um quadro de Monet.