Na minha recente viagem, para cobrir o verão naturista europeu, passei por vários desafios:
O primeiro deles foi: forçando o treino para estar em forma e aguentar o tranco da viagem. Aumentei o ritmo da caminhada e machuquei o joelho, há exatamente dois dias antes de viajar.
Meu treino passou a ser: cumprir com o horário de tomar os anti-inflamatórios. Descobri um anti-inflamatório ótimo, na Itália, o OKI. Remédio que se toma para tudo que é dor, até para unha encravada. Resolvida esta parte.
O seguinte foi com a bagagem de mão: cada aeroporto uma tensão. Isso passa isso fica. Não sei se foi a minha cara, de gente do bem. Só sei que não me tiraram nada, meus frascos, cremes e protetor solar, continuaram comigo.
Não fiquei sem proteção. Pudera, antes de levantar voo, ainda aqui do Brasil, me agarrei com todos os santos, de todas as nacionalidades, por onde eu iria passar.
No aeroporto de Bordeaux na França, começou uma movimentação muito estranha, ao redor de uma mala abandonada, bem perto onde eu estávamos sentados, aguardando o embarque para Barcelona.
Do nada, surgiram uns guardas armados, mandando evacuar o local, pegamos nossas mochilas e nos mandamos. Confesso que morri de curiosidade para saber, se era algum ato terrorista e eu havia escapado por um tris.
Na volta da Espanha para França, desembarquei no mesmo aeroporto, em Bordoux. O local do mesmo jeito, tudo impecável, sem um arranhãozinho sequer. Ufa! Que alivio. Alguém muito esquecido foi viajar e deixou a mala na sala de espera do aeroporto. Nada demais.
O roteiro foi grande: Piemonte, Lombardia, Emilia-Romagna, Veneto, Toscana, Friuli-Venezia Giulia na Itália. Bordoux na França. Barcelona na Espanha. Porec na Croácia.
Isso tudo foi feito de avião, trem, ônibus, carro. Muita disposição e água, para enfrentar o tórrido calor, que estava fazendo por lá.
Até que, em Montelivet, na França onde ficamos hospedados, tivemos um frio inesperado para época, conseguindo quebrar a sequencia de calor insuportável.
Aproveitamos o clima ameno, para conhecer a Euronat, distante uns 15 km de Montelivet. Fizemos o percurso a pé. No meio do caminho, encontramos um trecho da estrada de areia, o jeito foi improvisar um cajado, com um galho de arvore, para não forçar os joelhos na caminhada.
Fiquei com inveja dos ciclistas, que passavam sorridentes por nós, dando bonjour. Cada um se exercita como pode, pensei, cá com meus botões, seguindo firme na caminhada, sem olhar para trás.
Tudo isso feito em trinta dias. Eu, sempre carregando, uma maquina fotográfica profissional pesada, nos ombros. Nada que me tirasse o estimulo. Valia cada trecho, para conhecer e registrar as belezas dos locais visitados.
A beleza estética, a cultura e a imensidão deste mundo, me fez perder a noção de cansaço e exaustão. Só o prazer de vivenciar a novidade, de poder registrar e participar, de tantos momentos únicos, é capaz de revigorar as minhas forças e imediatamente, desejar retornar, para viver tudo isso de novo. A dificuldade que eu encontro é de escolher as fotos para mostrar, são muitas mil.